Provenientes do desmonte do prédio que existe no terreno serão reutilizados tijolos e pedras para trazer para o presente vestígios do passado sob uma nova perspectiva. Além de evitar desperdício, agregamos valor afetivo e lembramos de outro símbolo da indústria arquetípica, as grandes chaminés. O novo prédio expressará através do largo uso de estrutura metálica, muitas vezes aparentes, uma forte identidade fabril.
Com o intuito de ter a maior quantidade possível de espaços cobertos, mas abertos e com vistas adotamos o uso do terraço como no caso do restaurante sobre o teatro.
O andar térreo do prédio foi concebido para ser o mais livre e aberto possível, de forma a trazer para dentro os jardins do palacete e o espaço público da rua. Essa decisão integra a construção com seu entorno público e privado e oferece generosamente ao público um novo local de interesse cultural para o Rio de Janeiro. As salas de exposição, uma aberta e outra fechada estão aqui. A biblioteca também.
O teatro/cinema foi elevado do andar térreo para dar lugar ao auditório. Neste espaço percebemos a possibilidade de haver uso permanente, seja como auditório, seja como um local de estar para os usuários do Prédio. Pelo uso de cortinas ele pode ser fechado tanto visualmente para o público quanto permitir o condicionamento de ar no seu interior. Um prisma em vidro delimita o foyer do teatro. O teatro tem o seu fechamento de fundo de palco em vidro acústico com uma pele interna operável em cortina feita com tecido “black-out”. Com a cortina “black-out” fechada o espaço tem seu uso normal. Com ela aberta faz-se a conexão visual entre o interior e os jardins. Neste arranjo é possível trazer o palacete e seus jardins para dentro do teatro.
A circulação vertical faz-se através de dois elevadores e uma escada que passeia pelo grande pé-direito do hall e pelo pátio interno até o terraço do restaurante. Do restaurante pode ser acessada a cobertura verde da casa Firjan e conquistar vistas em 360 graus.