Nossa primeira atitude frente ao desafio de projetar uma casa em Campos do Jordão foi de não adotar a ideia vulgar de repetir a fórmula de uma arquitetura dos alpes europeus largamente utilizada na região. Nossa concepção era outra. A ideia de entender o que nos pede a terra, flora e clima. Encontramos uma terra rica em artesãos, uma natureza deslumbrante dominada por pinheiros selvagens e araucárias, um clima frio e seco que exige proteção e acalanto para os futuros usuários da casa.
A forma brotou naturalmente como os pinhões que se soltam das pinhas que caem das Araucárias. Em vez de escadas, rampas. Em vez de corredores, formas esculturais que abraçam as pessoas durante o percurso, modificando a cada passo a experiência sensorial. A cobertura de geometria complexa faz referência ao pinhão característico das araucárias.
A planta elíptica do andar social da casa, que contém ainda uma piscina coberta com SPA, é muito fluida e acabou por definir a volumetria básica da composição. No andar inferior, o de acesso, fica a garagem e a rampa curva que leva ao andar social que se desenvolve em volta de uma adega. Nos dois últimos níveis estão as quatro principais suítes e um escritório com vista de 180 graus para as montanhas e a floresta de araucárias da região.
Os materiais escolhidos, como pedra e madeira, funcionaram perfeitamente propiciando para os moradores o aconchego desejado e para os artesãos de Campos de Jordão, uma oportunidade única para desenvolverem seu talento, capacidade e originalidade. Os grandes vãos proporcionados pela estrutura metálica e os vidros curvos descortinam a bela paisagem e permitem as grandes diferenças de alturas e visadas sempre surpreendentes da casa.